segunda-feira, 25 de abril de 2016

Compromissos das Arqui[Dioceses] presentes no 14° Encontro estadual das CEBs.



Arquidiocese de Santa Maria
- Formação em vários níveis, fortalecendo a participação na escola da juventude, Oscar Romero, Teologia popular para dar amparo as pastorais, não caindo na mesmice.
- Organizar e fortalecer pequenos grupos, no campo e na cidade, como espaço de encontro entre as pessoas, trocas de experiências, para celebrações, reflexões da Palavra de Deus em vivência de sua fé.

Diocese de Caxias do Sul
- Compreender e se por mais na realidade, IGREJA EM SAIDA, acolhendo o diferente. Defendendo a vida com a proposta do Evangelho de Jesus, nisto fortalecer as pastorais sociais, buscando espaços físicos, recursos humanos. Meio ambiente como uma das prioridades.
- Protagonismo feminino e ministérios da Igreja Instituição nas tomadas de decisões.
Compromissos assumidos pela diocese e paróquias, do bispo as zeladoras.

Diocese de Novo Hamburgo
-Assumir a agenda de encontros formativos que tiramos para ampliar e fortalecer as CEBs.
- Fazer com que as pastorais sociais assumam nossa agenda e assumir a agenda das Pastorais Sociais como a Pastoral Operária, Imigrante, Pastoral Afro que são realidades fortes do encontro.
- Pastoral da Juventude comunga com as CEBs. Outros espaços de manifestações da juventude não irá construir as CEBs. Assumir a PJ como fermento das CEBs diocesana.

Diocese de Santa Cruz do Sul
- Fazer reuniões regulares [4 anuais] com participação de todos delegados com mística, formação, avaliações, mobilização.
- Apoiar iniciativas das pastorais sociais e organizar a equipe de articulação das CEBs.
- Incentivar mais formação de pequenas comunidades, núcleos nas comunidades. Ampliar as bases.

Diocese de Cachoeira do Sul
- Organizar os COMIPAS [Conselhos Missionários Paroquiais].
- A partir dos COMIPAS envolver movimentos, pastorais, serviços e grupos de famílias para que se façam presentes junto aos grupos em situação de vulnerabilidade.

Arquidiocese de Pelotas
- Integrar-se na atividade da Escola Missionária de planejamento da Arquidiocese, participando de uma reunião de planejamento desta atividade que vais acontecer na igreja são Cristóvão dia 27 ás 19h30m.
- Promover momento de formação política. Integrar e promover as políticas públicas de nossas cidades através dos diferentes conselhos.

Diocese de Osório.
- Reafirmar nossa fé nos grupos de famílias como caminho de vivência da experiência de CEBs e por isso nos comprometemos com o engajamento desses grupos, o fortalecimento e a multiplicação desses grupos. 
- Fortalecimento das Pastorais Sociais.
- Ampliar o Encontrão de famílias com dia de formação no dia anterior para as coordenações de grupos na perspectiva política e social.

Diocese de Frederico Westphalen
- Fortalecer a caminhada das CEBs em nossas comunidades, utilizando o material fornecido.
- Usar os meios de comunicação da Diocese para divulgar os trabalhos das CEBs.

Diocese de Santo Ângelo
- Promover o ecumenismo, organizar encontros onde seja possível a troca de experiências entre religiões a partir das causas sociais.
- Para sermos vinho novo e uma igreja em saída vamos organizar as pequenas comunidades, acolhendo e transformando as periferias.

Diocese de Cruz Alta
- Reorganização da Comissão Pastoral da Terra na Diocese.
- Intensificar a conscientização do povo nas comunidades através dos grupos de famílias [utilizando os materiais disponibilizados nas CEBs].

Diocese de Bagé
- Realizar “Missões Populares” pra buscar novas pessoas e fortalecer as relações com as pessoas que já participam da vida das comunidades. Dando uma especial importância ao pós-missão.
- Dar continuidade aos processos de formação de liderança, devendo estes serem realizados nas comunidades, abordando conteúdos relacionados a organização e estruturação da igreja e fortalecendo as Pastorais Sociais.

Arquidiocese de Passo Fundo
- Dar continuidade a formação dos delegados e delegadas da diocese sobre a Mística e Espiritualidade das CEBs.
- Continuar a ser sal e luz nos ambientes em que estamos, apoiar sempre mais as lutas populares, principalmente a dos mais pobres.
- Assumir com coragem a 40° Romaria da Terra e junto o 12° Acampamento da juventude do campo e da cidade na Fazenda Annoni em 28 de fevereiro de 2017.

 Diocese de Erexim
- A PJ abraçar a CEBs [Ecológicas e eclesiais].
- Ir ao encontro da periferia, locais mais excluídos [da periferia para o centro].
- Formação para a realidade [Pastorais Sociais, políticas].

Diocese de Rio Grande
- Fortalecer as Pastorais Sociais buscando espaço físico e pessoas. Compromisso da Diocese e paróquias.
- Impulsionar e incentivar o protagonismo feminino nos ministérios da igreja, instituições e tomadas decisões.
 - Compreender e se por mais nas realidades, acolhendo e diferente, defendendo a vida com a proposta do Evangelho de Jesus.

Arquidiocese de Porto Alegre [Vicariatos de Porto Alegre, Canoas e Gravataí]
- Fortalecer as CEBs como “Igreja em saída” retomando a pastoral da visitação, os círculos bíblicos e estudos de base a partir da cartilha.
- Fortalecer o trabalho das Pastorais Sociais com atenção especial aos mais vulneráveis: Juventude, crianças, idosos, ecologia, diversidade de gênero e outros.
- Fortalecer as lutas populares em defesa dos direitos sociais e pela garantia e ampliação da democracia. Engajarmos nos comitês populares em defesa da democracia.






Fotos: Elton Aristides e Miguel Mosena.

domingo, 24 de abril de 2016

Declaração de Apoio à Democrácia e aos Direitos Sociais




                        “Quero ver o direito jorrar como fonte e
 correr a justiça qual riacho que não seca! (Am 5,24)


1.    Nós, delegadas e delegados, reunidos em Farroupilha, diocese de Caxias do Sul, no 14º Encontro estadual de CEBs, trazemos em nossas reflexões, orações e preocupações todo povo brasileiro, em especial nesta situação muito desafiadora em que vive. Fazemos nossas “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens e mulheres de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem” (Gaudium et Spes, 1).

2.    Sabemos o quanto de suor e sangue derramados custou a conquista de cada direito e da jovem democracia brasileira, sempre ameaçada pela tirania de um sistema econômico que se fundamenta na propriedade privada de tudo e nas relações de exploração, dominação e competição, que idolatra o dinheiro. Como denuncia o Papa Francisco “esse sistema é insuportável, exclui, degrada, mata”.

3.    Esse Poder econômico dominante sequestrou a política e não hesita em atropelar o Estado Democrático de Direito, quando se trata de defender os seus interesses. Por exemplo, tramitam no Congresso nacional muitos projetos que são uma séria ameaça de retirada de direitos: a terceirização, a ameaça aos territórios indígenas e quilombolas, a derrocada do regime da Partilha do Pré-sal, o projeto de mineração, a redução da maioridade penal, a criminalização dos movimentos sociais e populares, as sementes termination suicidas, etc.

4.    Concluímos que o processo que propõe o impeachment da presidente é um golpe contra a democracia, pois as acusações contra a presidenta não caracterizaram crime de responsabilidade e leva em conta apenas os interesses particulares de quem o propõe.

5.    Concordamos também que “todas as suspeitas de corrupção, bem como de sonegação, devem continuar sendo rigorosamente apuradas, independente dos partidos, e não de forma seletiva. Os acusados sejam julgados pelas instâncias competentes, respeitado o seu direito de defesa; os culpados sejam punidos e os danos sejam devidamente reparados, a fim de que sejam garantidas a transparência, a recuperação da credibilidade das instituições e restabelecida a justiça.”

6.    Não podemos nos calar e nem tolerar mudanças políticas conservadoras e retrógadas que nos afastam dos projetos de paz e justiça para todas as pessoas. Queremos seguir na busca e na luta pelos direitos e pela dignidade da vida. Comprometemo-nos a seguir firmes no anúncio da justiça e na denúncia das injustiças, pois Jesus proclama “felizes aqueles que são perseguidos por causa da justiça”  (Mateus 5,12).

7.    Reafirmamos o nosso compromisso com a defesa e ampliação da Democracia e dos Direitos, e contra toda forma de golpes. Concordamos com a Declaração da CNBB (54ª AG, 13 de abril de 2016), que “a crise atual evidencia a necessidade de uma autêntica e profunda reforma política, que assegure efetiva participação popular, favoreça a autonomia dos Poderes da República, restaure a credibilidade das instituições e garanta a governabilidade,” criando condições para avançar em outras reformas estruturais importantes (agrária, urbana, tributária, a regulamentação da mídia e outras).

8.    Como CEBs, queremos estar presentes nas lutas do povo brasileiro, no seu esforço em preservar os valores da convivência democrática, do respeito ao próximo, da tolerância e do sadio pluralismo, promovendo o debate político com serenidade. Manifestações populares pacíficas contribuem para o fortalecimento da democracia. Como afirmam nossos bispos, “acreditamos no diálogo, na sabedoria do povo brasileiro e no discernimento das lideranças na busca de caminhos, que garantam a superação da atual crise e a preservação da paz em nosso país. “Todos os cristãos, incluindo os Pastores, são chamados a se preocupar com a construção de um mundo melhor” (Papa Francisco).

9.    Assumimos o compromisso de ajudar a impulsionar os Comitês Populares em Defesa e a ampliação da Democracia e dos Direitos.


Farroupilha, 24 de abril de 2016.

Participantes do 14º Encontro estadual das Comunidades Eclesiais de Base do RS.




 Foto: Elton Aristides/Assessoria de Comunicação

Carta do 14° Encontro Estadual das CEBs do RS



Carta às Comunidades do RS


    

      Nós, mil e duzentos participantes do 14º Encontro Estadual de CEBs, entre numerosas lideranças leigas, bispos, padres, diáconos, consagradas e consagrados e representações de outras confissões religiosas, reunidos de 21 a 24 de abril de 2016, na cidade de Farroupilha, diocese de Caxias do Sul, saudamos fraternalmente a todas as comunidades do Rio Grande do Sul.
      Foram quatro dias intensos de encontro, onde sentimos a alegria de estarmos juntos e experimentarmos como é bom sermos comunidade fraterna, irmanadas na mesma fé, desafiadas pelos mesmos problemas e animadas por uma grande esperança.
      À luz da Palavra de Deus e em sintonia com a caminhada de toda a Igreja no Brasil e sob o lema “vinho novo em barris novos”, refletimos e rezamos o tema “Comunidade: Igreja da base, fermento da nova sociedade”.
     Seguindo a metodologia do ver, julgar e agir, tomamos consciência da gravidade e da crueldade dos problemas que afetam nossa realidade. Vivemos numa sociedade capitalista, que se fundamenta da propriedade privada de tudo e nas relações de exploração, dominação e competição.  É o que vemos espelhado na crise política do Brasil e experimentamos no dia a dia de nossa vida. Os frutos dessa lógica capitalista são divisão, destruição e morte das pessoas e da mãe terra. Como denuncia o Papa Francisco, “esse sistema é insuportável, exclui, degrada, mata”.
      Um olhar de fé e de esperança cristãs nos fazem ver mais longe e acreditar na vida e enquanto Igreja da base, sermos fermento de uma nova sociedade, desafiados a olhar e viver a vida a partir do outro, especialmente o mais marginalizado e necessitado, como comunidade de fé, que nos acolhe, irmana e envia como “Igreja em saída”, como Igreja da misericórdia.
      Iluminados pela Palavra de Deus, e animados pelo projeto de Jesus nos sentimos encorajados e desafiados a superar a realidade de opressão e crises que nos angustiam.
     Foi com essa convicção que nos organizamos em 11 miniplenárias, discutindo diversos temas relacionados com a vida das comunidades: diversidade religiosa; os desafios do mundo urbano; famílias e suas diversidades; juventudes; protagonismo dos leigos e das leigas; organização política; meio ambiente: cuidado com a casa comum; agroecologia; missionariedade: uma Igreja em saída; diversidade de gênero e protagonismo feminino.
    Concluído o debate dos grupos nos comprometemos:
- Em sermos Comunidades Eclesiais e Ecológicas de Base, o rosto da Igreja em saída, profética e missionária a serviço da vida, em especial a vida dos pobres, em cuja carne comungamos o corpo e o sangue do próprio Jesus Cristo, com um especial e urgente cuidado com a Casa comum.
- Em ser rosto de uma Igreja de Jesus Cristo que testemunhe a radical igualdade de filhos e filhas de Deus pela vivência comunitária que respeite e acolha as diversidades de nosso povo (de gênero, raça, cultura e credo) e supere todo tipo de autoritarismo, clericalismo, machismo e patriarcalismo.
- Como Igreja, Povo de Deus, Rede de Comunidades, a promover a formação de pequenos grupos, intensificando a iniciação à vida cristã e a formação política e a mística sempre a partir da Palavra de Deus.
- Como Comunidades de Base, fermento de uma nova sociedade, a assumir a defesa e ampliação da Democracia, participando do fortalecimento da organização popular, impulsionando o PROTAGONISMO dos pobres, por onde passam as transformações que sonhamos e buscamos.
- A reconhecer e fortalecer o protagonismo das mulheres em todos os espaços da Igreja.
- A sermos Comunidades que vão ao encontro das periferias sociais e existenciais dinamizando e impulsionando as Pastorais sociais e outros iniciativas de promoção dos direitos humanos, que respondam aos clamores surgidos do sofrimento do povo em cada realidade.
      Fortalecidos pela graça de Deus, acreditamos que “Gente simples, fazendo coisas pequenas, em lugares pouco importantes, consegue mudanças extraordinárias e muda a face da Terra”.
     Confiamos que Maria e São José não deixem faltar vinho, mas nos ajudem a garantir, que o “vinho novo” continue abundante em barris novos e jorrando na Igreja da base, fermentando a nova sociedade. 

Amém! Axé! Awere! Aleluia!

Diocese de Caxias do Sul, Farroupilha, 24 de abril de 2016


Foto: Miguel Mosena