"A esperança dos prisioneiros políticos repousa na Igreja, a
única instituição brasileira que não esta sobre o controle do estado militar. A
sua missão é preservar e promover a dignidade do homem. Onde ha um homem
que sofre, lá sofre o Mestre. Chegou a
hora de nossos Bispos dizerem basta a tortura e injustiça do regime, antes que
seja tarde de mais. A Igreja não pode calar. Nós carregamos em nossos corpos as
provas da tortura. Neste momento o silencio é uma omissão. Só a palavra é um
risco, é sobre tudo um testemunho."
[Frei Tito de Alencar Lima]
Ontem dia 1° de Abril de 2014, foi uma data marcante pra nós Povo brasileiro. É o dia em que "descomemoramos" os 50 anos da instauração da ditadura militar no Brasil.
E nesse período nos é devido fazer memória das ações das igrejas Católicas e Protestantes durante os 21 anos de Regime Militar.
O período de vigência do regime militar (1964-1985) representou um dos momentos mais dramáticos da história do país no que se refere ao desrespeito e à violência contra os direitos do cidadão. Depois de assumirem o poder por meio de um golpe de Estado,
os militares consolidaram um regime político ditatorial, que reprimiu
violentamente os movimentos trabalhistas e os grupos de oposição.
Foi nesta conjuntura que a Igreja católica assumiu um papel de destaque
na luta contra a repressão e a tortura e na defesa dos direitos
humanos, transformando-se na mais importante instituição de oposição à
ditadura militar. Foi nessa conjuntura também que pipocaram, em todo o país, pequenas
comunidades [CEBs] ligadas principalmente à Igreja católica, que querendo
ou não, contribuíram de diferentes maneiras para o processo
de democratização.
Começavam também a reivindicar pequenas melhorias nos bairros,
mas, ao mesmo tempo, iniciavam uma caminhada para tomar consciência
da situação social e política. Queriam a transformação
da sociedade. As CEBs não
tinham como missão "enfrentar" a ditadura militar. A proposta eclesial
das CEBs era, em si mesma, incompatível com a doutrina de Segurança
Nacional que inspirou a chamada ditadura. Na prática das CEBs, o
conflito era inevitável. Elas abriram suas portas para esconder militantes perseguidos pelo regime, organizaram o povo, e sairam as ruas pela democrácia no país.
Para ajudar a fazer memória desse periodo seguem abaixo alguns links de artigos e videos sobre o papel das Igrejas durante a Ditadura.
Ditadura militar: O papel da Igreja católica
Um olhar franciscano: 50 anos do Golpe Militar
Golpe Militar. "Erro Histórico", diz CNBB
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