quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa!

A intolerância religiosa…

O dia 21 de janeiro é marcado como Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. A data foi instituída em 2007 pelo presidente Lula (Lei Nª 11.635) e faz referência à morte de Mãe Gilda, Yalorixá do IIé Axé Abassá de Ogum, que faleceu em Salvador (BA), nos anos 2000, após sofrer atos de intolerância.  O “caso Mãe Gilda” não é um fato isolado e mostra que essas práticas acontecem, principalmente, com religiões afro-brasileiras, como o Candomblé e a Umbanda, estando relacionadas também com o racismo. Na França e na Alemanha, como está em evidência nos últimos dias, muitas são as práticas de intolerância religiosa contra o Islamismo que guardam consigo – assim como no Brasil – raízes coloniais e projetos hegemônicos de civilização.

No contexto brasileiro, há dados da Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República que apresentam outras “Mães Gildas”. As ligações para o “Disque 100” mostram um aumento de 626% nas denúncias de intolerância religiosa entre 2011 e 2012. Junto a isto, um relatório da PUC-Rio (2011) revela que em um grupo de 847 terreiros no Rio de Janeiro, 430 foram alvos de intolerância, com 57% dos casos em locais públicos.  Essa realidade evidenciada nas estatísticas pode estar longe de representar a quantidade de violações de direito à liberdade religiosa vivenciada no Brasil, mas já anuncia que não se vive em um espaço de profundo respeito à pluralidade e à diferença. A oikoumene  está marcada pelas desigualdades e injustiças.

Nessas histórias pode-se ver que a intolerância se estrutura como uma negação, uma tentativa de encobrir um modo de viver, um modo de habitar o mundo, uma busca pela exclusão devido à experiência religiosa da outra, do outro. É como se uma pergunta aparecesse em um quadro: o que esta religião faz aqui? Em um mundo plural, dinâmico e marcado pela diferença os traços intolerantes desejam construir um mundo único, singular e nada diverso.


Para compreender o “Caso Mãe Gilda”, leia o texto de Jussara Rego disponível na Revista Tempo & Presença: http://migre.me/o7zWN.

Segue um vídeo feito pela Rede Ecumênica da Juventude (REJU) sobre a Intolerância Religiosa e Estado Laico.


Na compreensão proposta pela REJU  é necessário a  busca por se construir uma casa comum (oikoumene) realmente justa e sustentável para todas as pessoas e a criação.

Para conhecer um pouco sobre a REJU segue o link: http://migre.me/o7OjC)







Nenhum comentário:

Postar um comentário